Alegoria da Transciência - Antonio de Pereda (1634). Adiei em demasia este momento, por acídia, quem sabe, talvez agitação? Ah, antes, por covardia. Não me leve a mal, caro leitor, quando quero tenho expertize na arte de fazer-me desentendida... não, não a mim, aos outros... Compreendeu? Bem, é dessa arte que estava falando. Sei dizer sem falar, expressar sem entregar e ceder sem doar, uma ilusionista de minhas inquietudes; ou seria uma maga de meus vocábulos? Antes que desprestensiosamente suponha que não chegarei a lugar algum, comprometo-me aqui, que ardam em chamas estas palavras caso não corresponda ao acordo, se, até o fim desta explanação eu não dispuser qualquer traço de compreensão. Não prometo, é claro, abrir-me por inteiro, que assim não seria motivo para que estivesse a discorrer tais penúrias, mas não espere disto um caos, o aviso inicial é apenas receio e de forma amistosa... um convite. Não dificultarei a assimilação deste conteúdo, como é meu costume discorrer em c...
Ensaios de uma alma frenética.