Sob a ótica daqueles que perderam, venho aqui prestar minhas condolências. Não se pensa muito sobre ela. Os que a evitam, padecem neuróticos, os que a amam, padecem suicidas. Não parece haver direção ideal, apenas, talvez, aquela que escolhem os conformados - estamos aqui agora, e depois, já não estaremos mais. "É a única certeza", dizem alguns, afirmação de dupla proporção, por um lado, afagos de consolo, por outro, temida aflição. A descrença inicial, a dor, o niilismo que se apoderam do espírito, parecem integrar o átimo da perda. Toda desolação manifesta, revive o primitivo sentimento da queda inicial, o desespero, a impotência; é o momento no qual nos damos conta de nossa insignificância diante da morte, da fugacidade da vida terrena. Somos contrariamente arrastados a um estado reflexivo de inércia volitiva. Em nenhum outro momento haverá maior necessidade de atribuir significados e sentidos como neste, que, de forma mordaz, é o que menos concederá tais respostas....
Ensaios de uma alma frenética.