Um dia, estava eu, como de hábito, com a mesma disciplina que rege minha vida, recolhida em meu gabinete de leitura, cercada de vários volumes, tratando dos mais diversos assuntos. Com a mente cansada por ter passado um bom tempo estudando sentenças complexas de tantos autores, levantei a vista do texto, decidindo deixar, por um momento, assuntos mais sutis para deleitar-me com a leitura de alguma poesia. E, com esse intuito, procurando a volta algum livrete, caiu entre minhas mãos um certo opúsculo que não me pertencia, mas que alguém havia deixado ali com outros volumes por empréstimo. Abri-o, então, e observei no título que se tratava de Mateolo. Pus-me, então, a rir, pois ainda não o havia lido, mas sabia que, entre outros livros, esse tinha a reputação de falar bem das mulheres! Pensei então que, para me divertir um pouco deveria percorrê-lo. Mas, a leitura mal havia começado, minha mãe chamou-me à mesa. Chegara a hora do jantar. Comprometi-me, assim, a retornar no dia segui...
Ensaios de uma alma frenética.